Meridianos & Paralelos
Um blog de notícias alinhavadas quase sempre à margem das notícias alinhadas
sábado, agosto 28, 2004
O GUARDIÃO DOS MARES
É Portugal, eterno Rei e Senhor dos Mares, desafiando as Leis e Convenções Internacionais!... Pode ler-se aqui o texto do acordo marítimo embora não tenha servido para nada. É que Portugal está a cima de qualquer cachimbo da paz fumado quando os Grandes Chefes se reunem à volta da mesma mesa, em acordo de cavalheiros. Portugal tem o seu pequeno mas bravo Faroleiro que, qual intrépido e vigilante Guardião da Costa Lusitana desafia qualquer maré que ameace entrar-lhe pela proa. O despotismo travou a "onda" à boca da barra mas custou-nos a todos um eminente conflito diplomático.
Sentemo-nos pois no paredão. Façamos-lhe companhia. E enquanto a tempestade se desenha ao longe entoemos-lhe um fado mareado:
Canoa de vela erguida,
Que vens do Cais da Ribeira,
Gaivota, que andas perdida,
Sem encontrar companheira
O vento sopra nas fragas,
O Sol parece um morango,
E o Tejo baila com as vagas
A ensaiar um fandango
Que vens do Cais da Ribeira,
Gaivota, que andas perdida,
Sem encontrar companheira
O vento sopra nas fragas,
O Sol parece um morango,
E o Tejo baila com as vagas
A ensaiar um fandango
Canoa, Conheces bem
Quando há norte pela proa,
Quantas voltas tem Lisboa,
Quantas voltas tem Lisboa,
E as muralhas que ela tem
Canoa, Por onde vais?
Se algum barco te abalroa,
Canoa, Por onde vais?
Se algum barco te abalroa,
Nunca mais voltas ao cais,
Nunca, nunca, nunca mais
Canoa de vela panda,
Que vens da boca da barra,
E trazes na aragem branda
Gemidos de uma guitarra
Nunca, nunca, nunca mais
Canoa de vela panda,
Que vens da boca da barra,
E trazes na aragem branda
Gemidos de uma guitarra
Teu arrais prendeu a vela,
E se adormeceu, deixa-lo
Agora muita cautela,
E se adormeceu, deixa-lo
Agora muita cautela,
Não vá o mar acordá-lo
«Canoas do Tejo» de Frederico de Brito